Por entre as dores do crescimento sustentável, empresas tomarenses mostram-se saudáveis

Detalhes

Atualizado em 16-09-2022

A vitalidade do tecido económico tomarense ficou patente na conferência “Crescimento e sustentabilidade em Tomar”, organizada pelo semanário Vida Económica, em parceria com o Município, e que teve lugar no Complexo Cultural da Levada, no dia 7 de setembro. Apesar de algumas fragilidades específicas do concelho e da conjuntura global pouco favorável, nomeadamente quanto à sustentabilidade, os diversos empresários locais que deram o seu testemunho são o reflexo de várias áreas em que o investimento consistente e sustentado tem conduzido ao sucesso, mesmo com muitas diferenças entre si.

A sessão começou com uma intervenção da presidente da Câmara Municipal, Anabela Freitas, a propósito dos desafios de desenvolvimento de Tomar, hoje especialmente complexos numa conjuntura internacional marcada pela guerra a seguir à pandemia, em cima de uma crise climática.

Seguiu-se Sérgio Nunes, professor de Economia do Instituto Politécnico de Tomar, que abordou a temática “Do crescimento insustentável ao decrescimento sustentável: desafios”, deixando no ar um conjunto de interrogações desconfortáveis mas pertinentes sobre a efetiva necessidade de crescimento contínuo.

Ainda do IPT, o seu presidente, João Coroado, falou sobre o ensino superior e o desenvolvimento sustentável, nomeadamente na perspetiva da sua contribuição para a comunidade local e regional.

Diretor Geral da Softinsa, empresa do grupo IBM que é um dos maiores empregadores do concelho, de quadros qualificados, Henrique Mourisca focou a inovação e crescimento sustentável, dando alguns bons exemplos de Tomar enquanto smart human city, isto é, cidade inteligente mas de forte componente humana.

Em jeito de mesa-redonda, e já com o debate de ideias bastante aceso, foram abordadas as empresas do concelho como factor competitivo para o crescimento, com as intervenções de Virgílio Roque, da Covialvi, responsável pelo futuro Centro de Negócios, Logística e Serviços do Prado e pelo Hotel Prado Turismo Natural, nas antigas instalações daquela fábrica de papel; Ana Pereira, da Tomar Natural, uma das três únicas produtoras nacionais de spirulina; Henrique Mourisca, da já referida Softinsa; Fernando Jorge Ferreira, da Caça Brava, com uma experiência de décadas, e em contínua expansão, no setor agro-pecuário; e José Esperança, da empresa JJM Esperança, uma referência regional na metalomecânica com importante carteira internacional de clientes.

A moderação esteva a cargo de João Luís de Sousa, diretor do jornal Vida Económica, que encontrou em Tomar um conjunto de empresários muito dinâmicos, apesar de pertenceram a setores diversos e eles próprios com perspetivas diversas quanto à necessidade de crescimento.

A terminar a sessão, Anabela Freitas frisou que, apesar da importante dinâmica empresarial local, a economia tem que ser vista hoje numa perspetiva mais ampla, de âmbito regional, sendo que qualquer investimento nos concelhos vizinhos é também importante para Tomar, e enfatizou a importância das energias alternativas, nomeadamente do hidrogénio, como um dos setores em que o Médio Tejo em geral, e Tomar em particular, podem vir a ser preponderantes num futuro próximo se souberem aproveitar as oportunidades que estão a surgir nessa área.